segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Pura alma liberta de dores passadas e futuras.






Naquele dia solarento, pela minha janela entravam os raios lançados pelo Sol. Ao trespassarem as cortinas beje espelhavam a cor tão suave pelas paredes do meu quarto.
Deito-me à espera daquele momento ou de um simples chamamento. O silêncio deixa a minha mente aberta a todo o tipo de pensamentos e emoções.
Uma vontade imensa de chorar me inunda de um segundo para outro, tão repentino que eu fico sem querer entender o porquê e deixo as lágrimas descerem pela minha face agora rosada e brilhante. Aquele desejo de soltar algo, de libertar uma dor profunda escondida há muito tornava-se cada vez menos à medida que derramava lágrimas uma por uma sem pestanejar.
Depois daquele momento sinto-me totalmente estranha. Parece que não me conheço. Parece que perdi a memória, que esqueci aquilo que sou.

Algo me fez pensar que poderia haver duas pessoas dentro de nós. Estamos talvez divididos entre aquilo que somos e aquilo que queremos ser ou no fundo sabemos que deveriamos ser.
Duas faces ligadas constituindo uma só alma que chora, sorri, sente e vive simplesmente.
Qual das minhas faces dou a conhecer? Há uma boa e outra má? Não sei sinceramente.
Sinto apenas que a que mostro é aquela que quer ver a felicidade brilhar nos olhos de todos e nos meus também. A outra guarda passados, organiza-os, empilha-os e numa altura certa pede para se reunir com a face feliz para que assim, unidas, formando a minha alma e completando-a naquele instante, eu possa decidir o que fazer com aquelas "tralhas".
O passado nao se enterra. Livrar-me dele seria destruir uma parte de mim.
Não me vou destruir.
É nestes momentos de decisão, em que as nossas faces estão juntas, que nós sentimos as emoções mais pequenas aparecerem e fazer-nos brotar tudo o que nos mói por dentro.
Quando estamos a olhar para o tecto do nosso quarto no mais obscuro silêncio.
Será isto um mal terrivel, ou a forma de viver que todo o mundo tem ?
Não me deixo assustar por sentimentos repentinos. Nem me deixo vencer pelo medo ou pela dor.
Chorar liberta a alma para que o nosso sorriso seja o mais puro e nao o mais falso.

Sem comentários: